Movimento Peneda Gerês Com Gente

Nome:
Local: Peneda-Gerês, Minho, Portugal

Comissão Restrita: Amaro Ribeiro, António Pires, António Príncipe, Filipe Mota Pires, João Pereira, José Carlos Pires, José Fernandes, Luís Filipe Pires, Manuel António Sousa. Pode contactar-nos através do seguinte endereço de email: pnpgcomgente@gmail.com. Ou por correio, para a Sede da Junta de Freguesia de Campo do Gerês, em Campo do Gerês, 4840-030 Terras de Bouro

quarta-feira, 26 de maio de 2010

A escolha é vossa

Uma Delegação do Movimento Peneda Gerês Com Gente deslocou-se a Lobios, em Espanha para mostrar aos nossos governantes o seu desagrado pela falta de resposta às questões colocadas à Senhora Ministra do Ambiente no dia 23 de Janeiro, na sequência da manifestação realizada em Braga. Recordamos que a carta dirigida à Senhora Ministra foi acompanhada de duas mil quinhentas e cinquenta e três assinaturas, obrigando, por isso, a uma resposta escrita às questões colocadas, o que ainda não aconteceu até ao momento. No mesmo caminho, vai o Senhor Governador Civil do Distrito de Braga ao recusar-se informar sobre a entrega, ou não, da carta ao Governo.
Inesperadamente, recebeu-nos um Batalhão de Carabineiros, com uma Unidade anti-motim. Os 120 agentes da Guarda Civil presentes, mais os agentes dos serviços secretos espanhóis e portugueses não impediram que a nossa Delegação mostrasse à Ministra o nosso descontentamento.
Estamos preparados para tudo, na defesa dos nosos direitos e interesses legítimos. Se é este o caminho escolhido para lidarem com os "bichos" da Peneda Gerês, andam bem enganados connosco!

Gloria est animorum fortium...


quinta-feira, 20 de maio de 2010

Encontro na Galiza

Tendo falhado a tentativa de diálogo em território português, uma delegação das populações locais vai tentar hablar com a Senhora Ministra do Ambiente aquando da sua ida à Galiza, para certificar o Parque Nacional português.
A Senhora Ministra do Ambiente de Espanha, o Senhor Alcaide local e outras personalidades influentes, procurarão sensibilizar a governante portuguesa para o facto de na sua área protegida com o mais elevado estatuto nacional viverem cerca de 11.000 animais racionais, da espécie Homo sapiens e que correm sérios riscos de extinção, face à ameaça do retorno ao estado selvagem prosseguida pelas novas tendências ambientalistas.
Clique aqui para ver o local do encontro, que é às 09h30, no Hotel Termal Caldária, em Torneiros, Lobios.

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Diálogo? O que será esta coisa moderna?

A Ministra do Ambiente vai participar no próximo Sábado, dia 23 de Maio, durante a manhã, numa cerimónia para atribuição do galardão reserva da Biosfera ao PNPG, juntamente com a Ministra do Ambiente de Espanha. Esta cerimónia será feita em território espanhol no Concello de Lóbios, naturalmente, como convém, para evitar o contacto directo com as populações locais.
Felizmente, os nossos amigos galegos informaram-nos e este evento deixou de ser reservado e permitir-nos-á pedir directamente à Senhora Ministra uma resposta à Carta que lhe entregamos no dia 23 de Janeiro, durante a manifestação dos Povos da Peneda-Gerês em Braga.
A carta, que pode ser consultada aqui, foi entregue no Governo Civil de Braga, nas mãos de um dos Adjuntos. Na data em que se completaram 90 dias de prazo razoável para a Administração se pronunciar (23 de Abril), foi pedido ao Governo Civil de Braga uma simples informação sobre o registo do correio da remessa ao Ministério do Ambiente e do Ordenamento do Território, com o objectivo de prepararmos um pedido de resposta. Mas, como estão todos conluiados, também se negam a dar a mera informação sobre o registo do correio. Ou será que a Carta não seguiu para a destinatária? Será este o respeito que merecem as populações locais? É este o tão propalado diálogo?
Não nos espanta nada se na sequência deste espisódio com muita relevância na promoção da nossa região vier a aprovação do novo garrote para as populações locais. Como não nos surpreendeu nada o engodo lançado à Câmara de Terras de Bouro para arranjar a estrada da Bouça da Mó para a Ministra nela passar sem sobressaltos. Já estamos habituados à teoria do pau e da cenoura. Porém, saberemos preparar-nos adequadamente para defender os nossos direitos, os nossos interesses e os nossos valores.

Senhora Ministra, ainda está a tempo de preparar a resposta aos pedidos que lhe fizemos e poderá sair-se bem em território espanhol, conforme os nossos Governantes nos vão habituando nos últimos dias. Caso queira, poderá usar o castelhano ou o galego para dialogar connosco que nós entenderemos.
Dialogar é também ouvir e saber acolher as ideias contrárias. Dialogar não é apenas dizer que se ouviu. E, no nosso caso, o que o ICNB tem feito é tudo menos diálogo, anda a enganar-nos com este falso envolvimento das populações locais. Nunca é demais dizer que aquilo que querem fazer é nas nossas propriedades privadas e nos nossos baldios, sobre os quais temos direitos reais de propriedade e que nada será conseguido sem o nosso consentimento! Por isso, Senhora Ministra, tem agora uma boa oportunidade para começar a convencer-nos que o que nos propõem é o melhor para nós e para o território!

Já tardava, mas, seja Bem-vinda, Senhora Ministra!

Gloria est animorum fortium...

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Subida da Vezeira


Assim se cumpre o 208º ano da Vezeira de Vilar da Veiga (a sociedade da Vezeira de Vilar da Veiga foi criada em 1802).


Depois do Chamado, foram os Cubais e agora é a vez de levar o gado para o monte - a Vezeira.


No próximo Domingo, dia 16 de Maio, a partir das 09h30, venha assistir à passagem do gado bovino na Vila do Gerês, a caminho dos currais. De há uns anos a esta parte, as gentes do Gerês dão-lhe um toque de festa e de comemoração, podendo também apreciar os petiscos preparados para a festa e não perca o caldo do pote da Vezeira.


Isto também é Biodiversidade, daquela que inclui o Homem entre as espécies a proteger e a valorizar...

Bem hajam, pastores do Gerês!

sábado, 8 de maio de 2010

Há que olhar as coisas também por dentro, Senhores...

Gerardo Pereiro, Antropólogo, pediu ao Biólogo que acabara de fazer uma comunicação sobre Arquitectura e Construções nas Áreas Protegidas, para ir além da parte estética da sua observação crítica sobre a reconstrução dentro das AP e olhar aquelas casas pelo lado de dentro! Olhar para as pessoas e para a estrutura familiar que a habita ou que dela tira utilidades e depois, sim, tentar compreender o fenómeno daquele “Feiismo”.
Esta ideia ajuda a sintetizar o que se passou no dia 30 de Abril, em Montalegre num seminário cujo tema era “Conflitos e Percepção do Ambiente em Áreas Protegidas”, organizado pelo Centro de Estudos Transdisciplinares para o Desenvolvimento (CETRAD), da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD). Para este oportuno debate, Humberto Martins, Antropólogo, lançou o seguinte repto:
As AP são contextos de conflito, seja entre os indivíduos (e/ou os agregados) humanos que neles habitam e as instituições que os gerem, seja entre os mesmos indivíduos humanos e aqueles outros não humanos que neles (co)habitam.
(…)
Este projecto, porque situado numa linha de aplicabilidade/intervenção, define implicações práticas e políticas. E nestas incluímos: 1 – produção de conhecimento/textos que possam instruir políticas públicas relacionadas com o ordenamento e gestão do território nas AP, considerando a acepção mais alargada da palavra gestão (nas dimensões relacionadas com o estudo, conhecimento e acção sobre e perante todos os seus constituintes humanos e não humanos); 2 – criar/reactivar canais efectivos de diálogo entre indivíduos humanos residentes nas AP e os seus órgãos gestores.


Marcou ainda este seminário a ausência de representantes do PNPG e um discurso carregado de recados feito pelo Sr. Presidente da Câmara Municipal de Montalegre. Com efeito, o autarca encarregou-se de substituir o Director do PNPG e lá foi dizendo que o plano deve ser aprovado urgentemente e que o Movimento veio perturbar os trabalhos de revisão, usando até como exemplo a questão das taxas e que elas hoje já não são problema para nós, populações locais. Foi pena que o Sr. Autarca não tivesse tido tempo para esperar pela resposta e ouvir um simples exemplo sobre as taxas – se a autarquia pretender instalar um sistema de saneamento básico numa aldeia dentro do PNPG terá de pagar uma taxa que pode ir até aos 5.000,00€ (Portaria nº 138-A/2010, de 4 de Março, Anexo, 1.10).
Surpreendentemente, da parte da tarde, ouvimos uma voz dissonante dentro da mesma autarquia, tecendo as críticas que é natural tecer à má gestão que o PNPG faz do território.


Tratou-se de uma importante iniciativa, porque permitiu discutir questões sobre a vida das populações locais dentro das áreas protegidas, numa lógica humanizada e fora dos preconceitos ambientalistas. Felizmente, já não são só os biólogos e os ambientalistas os interessados no estudo da nossa região, pois ela possui muita riqueza nas componentes histórica, cultural, etnográfica e até antrolopógica - as montanhas não são habitats dos ambientalistas, são-no das gentes que o afeiçoaram, ao longo de séculos, sábiamente. As nossas gentes, desde há muito tempo, suportam sacrifícios físicos em troca de algumas liberdades e prazeres concedidos pelas Montanhas, em busca do seu Bem-estar!
Da nossa parte, deixamos uma mensagem clara sobre o que é preciso fazer para garantir o Bem-estar Humano dentro do PNPG, numa lógica de sustentabildiade e de desenvolvimento, sendo vital:
- Eliminar o fantasma de território selvagem, porque ele está ocupado pelo Homem há muitos milhares de anos;
- Respeito pela propriedade privada e pelos baldios, porque o território tem esta estrutura de propriedade;
- Eliminar o excesso de regulação sobre as populações locais e isentá-las de taxas ou emolumentos nas suas actividades;
- Conquistar a confiança das populações locais, reforçando-lhes os sentimentos de segurança, de estima e de pertença;
- Reduzir os conflitos com as populações locais;
- Definir critérios objectivos para avaliar o Bem-estar Humano no PNPG;
- Definir os vectores do desenvolvimento das populações locais e estabelecer um plano de acção para uma geração;
- Garantir através do Orçamento de Estado os custos necessários ao bom funcionamento de todos os órgãos e serviços do PNPG.


No dia 14 de Maio, continua em Vila Real este ciclo de Seminários, podendo ver aqui o programa.
Bem hajam!